Em meio a separações e conflitos conjugais, um dos maiores riscos emocionais para os filhos é se tornarem peças em um jogo de ressentimentos entre os pais. A alienação parental é uma prática infelizmente comum, mas muitas vezes silenciosa, que pode destruir laços afetivos, abalar a autoestima e comprometer o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes.
Essa forma de abuso ocorre quando um dos responsáveis manipula o filho para rejeitar ou romper laços com o outro genitor, seja de forma direta, como críticas e proibições, seja de maneira sutil, com insinuações e gestos que instilam medo ou culpa. O que pode parecer uma “proximidade maior” com um dos pais, na verdade, esconde um cenário de dor silenciosa, onde o afeto é distorcido e usado como instrumento de controle.
As consequências invisíveis da alienação: um trauma emocional em formação
É comum que a alienação parental seja naturalizada ou até romantizada, sobretudo quando disfarçada de proteção. Mas a verdade é que ela cria um ambiente de insegurança afetiva para a criança, que passa a viver um conflito de lealdade, muitas vezes sem compreender as razões por trás dos sentimentos contraditórios em relação ao pai ou à mãe.

De acordo com a psicóloga Daniela Monteiro, especialista em desenvolvimento infantil e mediação familiar, “a criança alienada tende a desenvolver quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima, pois internaliza a ideia de que precisa escolher um lado, o que é altamente destrutivo para sua identidade emocional”.
Além disso, esses impactos podem se prolongar pela vida adulta, comprometendo a construção de relacionamentos saudáveis, a capacidade de confiar e o senso de pertencimento.
Sinais de alerta: como identificar a alienação parental no dia a dia
Nem sempre é fácil perceber que uma criança está sendo alvo de alienação parental. Em muitos casos, o comportamento do pequeno pode parecer apenas “birra” ou “preferência” por um dos pais. Porém, certos sinais merecem atenção.
Entre os principais indícios estão o rejeição injustificada de um dos responsáveis, o uso de palavras ou argumentos que não condizem com a idade da criança e a resistência a ter contato com o genitor alienado, mesmo em ambientes neutros ou acolhedores. Também pode haver dificuldade de manter relações com outros familiares do lado alienado, como avós, tios e primos.

O advogado de família Dr. Bruno Mendonça, que atua em processos de guarda compartilhada e alienação parental, reforça: “Quando há um afastamento repentino e sem justificativas concretas, ou quando a criança expressa medo e raiva sem ter vivido situações reais de risco, é essencial investigar a possibilidade de manipulação emocional”.
A importância da escuta: como proteger o vínculo com os filhos
Em casos de separação, o cuidado com o emocional das crianças precisa ser prioridade. Isso significa ouvir, acolher e permitir que elas mantenham contato com ambos os pais de forma equilibrada, mesmo que o relacionamento conjugal tenha se encerrado com mágoas.
Estar atento aos próprios discursos, evitar desqualificar o outro genitor na frente dos filhos e buscar acordos saudáveis — com ou sem ajuda de mediação — são atitudes essenciais para preservar a integridade emocional da criança. Afinal, os filhos têm o direito ao afeto e à convivência com ambos os pais, salvo em situações de risco real.
Além disso, é fundamental que os adultos envolvidos saibam reconhecer que o fim do relacionamento não precisa ser o começo de uma guerra por poder ou afeto. Proteger os filhos é, também, preservar a memória afetiva que eles têm de cada um dos pais.
Quando é hora de procurar ajuda
Ao perceber os sinais de alienação parental, o melhor caminho é buscar apoio psicológico e jurídico. Psicólogos especializados podem ajudar na reconstrução do vínculo afetivo com o genitor afastado, enquanto advogados de família podem orientar sobre medidas legais previstas na Lei da Alienação Parental (Lei nº 12.318/2010).
Essa lei reconhece a alienação como uma forma de violência emocional e prevê sanções que vão desde advertências até a reversão da guarda, sempre com o objetivo de proteger o bem-estar da criança.
Por fim, é importante lembrar: uma separação pode machucar, mas o amor entre pais e filhos não deve ser usado como moeda de vingança. Quando o afeto é preservado, os laços seguem firmes — mesmo que os caminhos mudem.

Social Midia e crítica de cultura pop, Renata domina o mundo das fofocas e novelas como ninguém. Com uma trajetória em grandes portais de entretenimento, ela traz uma visão divertida e crítica sobre os bastidores do universo das celebridades e das tramas de novelas. Renata é conhecida pelo seu tom bem-humorado e envolvente, que leva os leitores a se sentirem parte dos acontecimentos, discutindo os detalhes de suas novelas favoritas e compartilhando curiosidades imperdíveis das estrelas.