A instabilidade econômica global e os desafios internos levaram a Natura & Co a tomar uma decisão difícil, mas considerada necessária: a demissão de aproximadamente 1.100 funcionários. O anúncio faz parte de um plano de reestruturação urgente para conter os impactos dos resultados financeiros negativos divulgados no último trimestre. A receita de 1,39 trilhão de reais, apesar de impressionar no número absoluto, representou uma queda significativa, com retração de dois dígitos, acendendo o sinal de alerta em toda a corporação.
Desde que assumiu a gestão da Avon Internacional no final de 2020, a Natura vinha buscando integrar os processos e sinergias entre as marcas. No entanto, essa integração agora enfrenta um dos momentos mais críticos. A empresa confirmou que 25% da força de trabalho da Avon Internacional será dispensada, evidenciando a forte ligação entre os rumos das duas marcas e como os efeitos negativos se espalham por todo o grupo.
Vendas abaixo do esperado e o peso da instabilidade cambial
As vendas da Avon no mercado internacional não acompanharam as expectativas do grupo, e esse desempenho aquém do esperado foi um dos gatilhos para a decisão drástica. Segundo a própria empresa, a volatilidade da taxa de câmbio teve um papel decisivo na redução da receita, gerando desequilíbrios que exigem medidas imediatas para estancar a saída de capital e manter a operação viável no curto prazo.
Essa conjuntura pressionou ainda mais a holding, que optou por acelerar os planos de reestruturação. Para analistas do setor, trata-se de uma tentativa de preservar a sustentabilidade do grupo em meio a um cenário externo hostil, marcado por inflação global, queda no consumo e desafios logísticos que impactam diretamente o setor de cosméticos e perfumaria.
Um movimento necessário — mas doloroso
As demissões em larga escala representam um capítulo delicado na trajetória da Natura & Co, uma empresa que sempre se destacou por sua cultura de valorização das pessoas. No entanto, diante da combinação entre queda brusca nas vendas, aumento de custos operacionais e flutuações cambiais imprevisíveis, o corte de pessoal passou a ser visto como uma medida de sobrevivência.
“O momento exige decisões firmes. A redução de custos operacionais é o primeiro passo para garantir a estabilidade do grupo”, explicaram Raphael Martins e Gabriel Galera, do estúdio Martins Galera Arquitetura, que acompanham estratégias de posicionamento de grandes marcas no varejo físico. “Mas é fundamental que a empresa preserve sua identidade e mantenha o vínculo emocional que construiu com os consumidores ao longo das décadas”, alertam.
O que esperar do futuro de Natura e Avon?
Diante da reestruturação anunciada, ainda é cedo para prever todos os desdobramentos. Contudo, especialistas apontam que a reorganização pode ser uma oportunidade de fortalecimento a médio prazo, se as marcas conseguirem retomar o foco em inovação e eficiência. A redução do quadro de funcionários, embora significativa, pode abrir espaço para investimentos em tecnologia, logística e novos modelos de negócio que se adaptem melhor ao perfil do consumidor pós-pandemia.
Neste momento, o mercado observa com atenção os próximos passos da Natura & Co. Em um setor marcado por sensibilidade emocional, valores éticos e conexão com o público, o desafio é manter a confiança dos consumidores e reposicionar as marcas sem perder sua essência.

Social Midia e crítica de cultura pop, Renata domina o mundo das fofocas e novelas como ninguém. Com uma trajetória em grandes portais de entretenimento, ela traz uma visão divertida e crítica sobre os bastidores do universo das celebridades e das tramas de novelas. Renata é conhecida pelo seu tom bem-humorado e envolvente, que leva os leitores a se sentirem parte dos acontecimentos, discutindo os detalhes de suas novelas favoritas e compartilhando curiosidades imperdíveis das estrelas.