Se você tem um cão ou um gato em casa, provavelmente já se deparou com uma coceira fora do normal, aquele incômodo insistente que não passa, ou até mesmo pontinhos pretos espalhados pela cama, pelo sofá ou no próprio pelo do seu pet. Pois saiba que, muitas vezes, esses sinais são os primeiros alertas de que pulgas e carrapatos podem estar por perto — e o perigo vai muito além do desconforto.
O que muitos tutores ainda não sabem é que esses pequenos parasitas são responsáveis não só por coceiras e alergias, mas também podem transmitir doenças sérias, tanto para animais quanto para humanos. E, infelizmente, uma infestação pode começar de forma silenciosa, se espalhar rapidamente pela casa e trazer riscos que vão além do que se imagina.
Diferente do que parece, pulgas e carrapatos não estão apenas nos pets. Eles vivem, se reproduzem e se escondem em frestas, tapetes, sofás, camas e até no quintal. Por isso, entender como eles surgem, como se multiplicam e, principalmente, como combater de forma eficiente, faz toda a diferença para garantir a saúde e o bem-estar dos bichinhos — e da família inteira.
A veterinária Camila Andrade, especialista em dermatologia veterinária, explica que o ciclo de vida desses parasitas é o grande desafio no controle. “Quando você vê uma pulga no animal, ela representa só cerca de 5% da infestação. O restante está no ambiente, na forma de ovos, larvas e pupas, prontos para reinfestar o pet”, alerta. Segundo ela, esse é o motivo pelo qual muitos tutores acreditam que o problema nunca acaba — quando, na verdade, estão tratando apenas a ponta do iceberg.

No caso dos carrapatos, o problema pode ser ainda mais grave. Eles se fixam na pele, se alimentam do sangue do animal e, durante esse processo, podem transmitir doenças extremamente perigosas, como a erlichiose e a babesiose, conhecidas popularmente como “doença do carrapato”. Ambas causam sintomas como febre, apatia, anemia, falta de apetite e, sem o tratamento correto, podem até levar o pet ao óbito.
Mas, afinal, como esses parasitas aparecem? A médica veterinária Mariana Fonseca, que atua há mais de uma década em clínicas de pequenos animais, explica que a infestação pode começar de várias formas. “O pet pode entrar em contato com outros animais infestados, com ambientes contaminados — como praças, parques, hotéis, pet shops — ou até trazer os parasitas no pelo após um simples passeio na rua”, detalha. Ela também reforça que, em épocas mais quentes e úmidas, o ciclo reprodutivo das pulgas e carrapatos se acelera, tornando o problema ainda mais comum.
Quando falamos em combate, é importante entender que não existe solução mágica. O controle eficaz precisa ser feito em dois pilares: no animal e no ambiente. Somente aplicar um remédio no pet não é suficiente se a casa estiver cheia de ovos e larvas prontas para gerar uma nova infestação dias depois.

No mercado, há uma série de opções para o tratamento direto no pet, como comprimidos mastigáveis de longa duração, pipetas tópicas, sprays e até coleiras antiparasitárias que oferecem proteção por meses. Cada uma tem suas vantagens, e a escolha ideal depende do estilo de vida do animal, do ambiente onde ele vive e até da sensibilidade do pet. “Animais que têm histórico de alergia precisam de cuidados especiais na escolha do produto, sempre com orientação veterinária”, pontua Camila.
Já para o ambiente, o desafio é maior. É necessário higienizar frequentemente os locais onde o pet circula, lavar roupas de cama, aspirar sofás, tapetes e cantinhos escondidos. Existem também produtos específicos para aplicação no ambiente, como sprays, pós e nebulizadores, que ajudam a eliminar ovos, larvas e parasitas adultos.
Entretanto, é fundamental que o tutor saiba que a prevenção é sempre o melhor caminho. Manter o animal protegido de forma contínua, durante o ano todo, evita que os parasitas encontrem um hospedeiro e comecem a se multiplicar. E mais: alguns especialistas recomendam reforçar a proteção especialmente em épocas de calor, quando a infestação costuma ser mais intensa.
Além disso, é preciso estar atento aos sinais. Coceira excessiva, lambedura constante, perda de pelos, irritações na pele ou até pequenas feridas podem indicar a presença de pulgas ou carrapatos. Em alguns casos, os parasitas são visíveis, especialmente no caso dos carrapatos, que se fixam na pele e aumentam de tamanho à medida que se alimentam.
Se você identificar qualquer sinal, o ideal é agir rápido. Quanto antes o problema for tratado, menores os riscos para o seu pet e para a sua família. E não se engane: pulgas também podem picar humanos, causando coceiras, alergias e muita dor de cabeça.
Manter o controle de pulgas e carrapatos não é apenas uma questão de conforto, mas sim de saúde. Cuidar da proteção do seu pet significa garantir que ele tenha uma vida mais feliz, saudável e longe dos riscos que esses pequenos, mas perigosos, vilões podem trazer.

Formada em administração e apaixonada por animais, Suzana dedica sua vida a causas que promovem o bem-estar animal. Com uma habilidade única para transformar sua paixão em palavras, ela escreve sobre pets e o mundo animal de forma envolvente e informativa. Defensora ativa dos direitos dos bichinhos, Suzana alia conhecimento e sensibilidade para inspirar leitores a cuidarem melhor de seus amigos de quatro patas. Seu estilo cativante e cheio de empatia conecta amantes de animais, trazendo dicas, histórias curiosidades que fazem a diferença na vida de tutores e pets.